quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Adolescentes estão cada vez mais tomando atitudes precipitadas em relação a gravidez e esquecendo os riscos que um aborto ilegal pode trazer

     Um estudo realizado pela professora Rebeca de Souza do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP) e Elizabeth Meloni professora do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto(FMRP) da Universidade de São Paulo(USP) aponta que de cada 100 casos de gravidez entre mulheres de 15 a 19 anos, 60 terminam em aborto. O aborto na adolescência tem crescido igualmente com o número de gravidez. E em sua grande maioria, são realizados por meninas da classe média. As pesquisadoras afirmam que essas meninas tem mais facilidades e recursos para abortar do que uma adolescente de menor poder aquisitivo. Nas classes menos favorecidas, 80% das meninas levam a gestação até o final, enquanto na classe média acontece o contrário, 80% abortam.
   O aborto aqui no Brasil, nesses casos são sempre feitos na clandestinidade. E quanto menor o poder aquisitivo, pior é a condição em que eles são realizados. O valor do aborto também é mais caro quando realizado em adolescentes do que em mulheres adultas, já que as pessoas que realizam muitas vezes se recusam a atender menores.
    A adolescente acaba demorando mais que a mulher adulta para identificar seus sintomas, e quando decidi fazer o aborto, em 34% dos casos houve a influência de alguma amiga, ou em muitos casos do namorado. Por ser considerado crime o aborto no nosso país, muitas adolescentes não consultam um médico e preferem conversar com pessoas que não sabem do assunto e acabam se arriscando com remédios ilegais e clinícas clandestinas. O que elas não sabem é os riscos que esses metódos oferecem a seu organismo, e também para o seu próprio psicológico. Muitas meninas ao entrarem nas clinícas acabam desistindo do aborto ao ver como é o ambiente e ao imaginar o que terão que passar para a realização do ato.
    Na última década, o que vem chamando atenção dos pesquisadores é a utilização de chás na intenção de provocar o aborto. Esta concepção não encontra nenhuma evidência científica, e nenhuma droga é derivada destes tipos de plantas para fins abortivos. Porém, o uso abusivo de chás pode provocar efeitos negativos tanto na mãe, quanto no bebê, mas raramente irá provocar o aborto.
Outro remédio que é procurado pelas adolescentes é o CITOTEC, mesmo sendo considerado ilegal para esses fins e sua venda sendo proibida. O Citotec atua, ao que tudo indica, provocando contrações de parto e a conseqüente expulsão do feto, em qualquer idade gestacional. O remédio foi criado para provocar contrações no útero quando era necessário apressar um parto ou expulsar um feto já morto, mas após alguns anos ao sair do seu estágio esperimental, passou a ser comercializado para tratameno de úlceras. Por ter sido proibido, muitas pessoas se aproveitam da fama do citotec e promovem remédios com o mesmo nome, sem garantia da autenticidade do verdadeiro remédio. O citotec é muito perigoso, nem em casos que o aborto é autorizado os médicos utilizam esse metódo. O seu uso normalmente é caseiro, e horas depois de ingerido o remédio, a mulher entra em trabalho de parto e expulsa o feto. As dores abdominais são intensas, muito maiores do que se fosse um aborto natural, e a mulher pode começar a sangrar tanto e com tal volume crescente que é quase sempre obrigada a procurar um hospital. Em algumas mulheres sua ingestão não provoca efeito algum, nem mesmo a expulsão do feto; em outras, provoca apenas a expulsão do feto. Não há assessoria médica para quem queira tomar Citotec, e sua utilização pode trazer muitos danos futuros, desde hemorragias a retirada do útero. Sua venda e procura no Mercado Negro é grande, facilitando cada vez mas o acesso para os adolescentes. 

    Portanto, podemos perceber que há uma grande confusão de ideias na mente das mulheres. Elas se sentem sozinhas, confusas e isoladas. Pensam no que terão de enfrentar ao escolher uma opção (seja o aborto que é ilegal e considerado um crime ou o fato de ser mãe jovem e inexperiente). Pelo medo de olhares acusadores e julgamentos morais, as adolescentes estão tomando atitudes precipitadas e imediatas, ao invés de procurar auxílio com quem entende do assunto. E essas atitudes, podem trazer no futuro, o arrependimento, assim como riscos para sua própria saúde.


Gráfico de razões que levam ao aborto:




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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Diminui o índice de partos feitos em adolescentes no Brasil

    Segundo dados do Ministério da Saúde diminui o número de adolescentes grávidas no Brasil. O número de partos caiu cerca 30,6% nos últimos dez anos. Em números absolutos, significa que em 2008 foram feitos 485,64 mil partos contra 699,72 mil, em 1998. De acordo com o Ministério, a queda na quantidade de adolescentes grávidas no Brasil deve-se, principalmente, ao acesso às políticas de prevenção e orientação sobre saúde sexual.
    Apesar do avanço, a pesquisa indica que quase meio milhão de meninas tornaram-se mães precoces em 2008, mesmo após o Brasil ter diminuido o número de adolescentes grávidas, e estar evoluindo na área de prevenção e orientação sobre saúde sexual.
 Ainda há muito o que fazer para que mude definitivamente a realidade das adolescentes do nosso país.
      Aqui há uma lista com instituições que oferecem ajuda e apoio aqueles interessados por informações e serviços:

Brasil: Ministério da Saúde - Coordenação Nacional de DST/Aids
http://www.aids.gov.br/
Oferece diversas modalidades de assistência e indicações de onde encontrar os serviços. A busca é feita por estado.
Endereço: SEPN 511 - Bloco C - 70.750-543 - Brasília - DF
Tel: (61) 448-8000 / E-mail: adolescente@saude.gov.br


Rio de Janeiro: Centro de Educação Sexual (CEDUS)
http://members.tripod.com/cedus
Capacitação de professores e ações educativas. Promove oficinas de sensibilização, capacitações, grupos de debates e uma série de outras atividades relacionadas às questões de sexualidade e cidadanial. Desenvolve o projeto "Sexualidade e Cidadania".
Endereço: Avenida General Justo, 275, bloco 1, 203/A - Caste - Rio de Janeiro - RJ.
Tel: (21) 2544-2866 / E-mail: cedus@ig.com.br

Fundação Bento Rubião 
Educação para os Direitos da Criança e do Adolescente, voltada aos moradores de favela; defesa e promoção de direitos individuais, coletivos e difusos, ligados à questão infanto-juvenil; formação com professores da rede pública e atendimeto à crianças.
Endereço: Av. Beira Mar, 216, sala 401 / 701, Bairro Castelo - CEP: 20021-060 -Rio de Janeiro - RJ.
Tel: (21) 2262-3406/ 2533-1224 / E-mail: infancia@bentorubiao.org.br

São Paulo: Casa Menina Mãe – Fundação Francisca Franco
Mães adolescentes que estão em situação de risco podem contar com o apoio do projeto realizado pela Fundação Francisca Franco, em São Paulo. A Fundação mantém duas unidades: uma, disponibilizando 16 vagas, onde ficam as grávidas e mães com crianças até seis meses e outra, com 10 vagas, atendendo bebês acima de seis meses, até suas mães completarem 18 anos. Elas são estimuladas a freqüentarem escolas e cursos profissionalizantes e participam de atividades dentro das unidades para aumentarem o vínculo com seus filhos.
Tel: (11) 3120-2342.

CCR - Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR)
 http://http://www.ccr.org.br/
Entidade civil de âmbito nacional e sem fins lucrativos cujo objetivo é a promoção dos direitos reprodutivos segundo os princípios das Declarações da ONU, mais especificamente os da Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.
Endereço: R. Morgado de Mateus, 615 - CEP: 04015-902 / São Paulo-SP.
Tel: (11) 5574-0399 / E-mail: ccr@cebrap.org.br



                                                                                            Por: Gabriela Marquez